O setor de energia eólica enfrenta dificuldades para deslanchar: gargalos e desafios

O apetite dos investidores por energia eólica continua em ascensão. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgados ontem mostram que quase 90% dos projetos cadastrados nos leilões de energia elétrica (A-3 e A-5) programados para junho e agosto de 2012 são de parques eólicos. Mas atrasos na implantação do sistema de transmissão de energia eólica e limitação da capacidade dos órgãos ambientais estaduais emperram projetos.

De acordo com relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), considerando os últimos 12 meses encerrados em março de 2012, de 20 parques que se conectam diretamente ao Sistema Interligado Nacional, 14 estão com fator de capacidade (índice de eficiência) inferior ao declarado inicialmente. Em alguns casos, o indicador chegava a ser 40% menor.

De acordo com Jean-Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia e atual presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), há duas razões para a diferença entre a capacidade esperada e a atingida: erro na medição e ventos mais fracos que o esperado. “Os investidores afirmam que a força dos ventos ficou abaixo do esperado no segundo semestre de 2011. De janeiro para cá, isso mudou. A força foi superior a esperada. Alguns investidores vão conseguir recuperar a perda de eficiência. Outros não”. Apesar das dificuldades, o presidente do Cerne estima que, pelo menos, 70% dos parques eólicos emplacados no leilão de 2009 fiquem prontos até o final do prazo. “Praticamente todos os parques já estão de pé”.

Os projetos cadastrados nos leilões deste ano ainda percorrerão um longo caminho até serem aprovados para a disputa. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que analisa a documentação encaminhada pelos investidores, habilitará apenas os projetos que atenderem as exigências previstas na regulamentação dos leilões. Entre os documentos exigidos estão: licenciamento ambiental, parecer de acesso ao sistema de transmissão, certificação de estudos de vento (para eólicas), declaração de Disponibilidade para Recursos Hídricos (para hidrelétricas e PCHs) e declaração de Capacidade de Fornecimento de Combustível (para gás natural e biomassa). Nem todos passarão para a etapa seguinte.

Informação de: UDOP

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