O setor de energia pode ser uma alavanca extraordinária para a reindustrialização do Brasil

A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres defende que a energia seja uma alavanca para a reindustrialização do país. Por enquanto, o tema ainda não foi contemplado pelo Plano Brasil Maior, que concede incentivos às indústrias do país. Nesta terça-feira, 3 de abril, o governo anunciou que vai desonerar a folha de pagamentos de 15 setores da indústria, o que totalizará uma renúncia fiscal em torno de R$ 7,2 bilhões anuais. No entanto, para Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, a energia é um extraordinário instrumento de política de desenvolvimento do país.

Pedrosa participou do anúncio feito nesta terça-feira e foi convidado para fazer parte do Conselho de Energias Renováveis do Plano Brasil Maior. Segundo ele, esse é o único, dentre os 19 conselhos do plano, voltado para a energia. “Os setores de energia elétrica e de gás natural podem ser uma alavanca extrordinária para a reindustrialização do Brasil. Tirando os encargos, dando um tratamento adequado para as concessões e fazendo com que o gás extraído do pré-sal chegue às indústrias a preços competitivos, já é algo que pode transformar o país”, denfendeu o executivo.

De acordo com ele, alguns estudos mostram que do investimento de uma usina nova, 40% dos custos são impostos que são incorporados ao preço da energia antes mesmo dela começar a ser gerada. “A energia é um insumo fundamental para a indústria do aço, do alumínio, do cimento, da borracha, que por sua vez, são insumos fundamentais para as fábricas de carro, da casa própria. Então, esses custos se propagam para a economia como um todo”, avaliou em entrevista à Agência CanalEnergia.

Ele disse ainda que a presidenta Dilma Rousseff está receptiva a questão da energia. Por isso, a expectativa da associação é que o tema seja trabalhado nos próximos dias pelos conselhos setoriais do Plano. “O que a indústria quer é condição permanente de competição, suportada por ganhos contínuos de produtividade e condições favoráveis na infraestrutura nacional, o que passa necessariamente por uma redução nos custos da energia, seja da energia elétrica ou gás natural”, afirmou.

Como iniciativa, a Abrace encaminhou carta aos ministérios da Casa Civil, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Minas e Energia, defendendo a inclusão da energia competitiva na pauta da reindustrialização brasileira. Na carta, o executivo expõe que até o momento não há indicações de que a redução dos preços do gás natural e dos encargos que recaem sobre as tarifas de energia elétrica serão temas contemplados. “Essas seriam medidas que trariam competitividade imediata ao país, atraindo investimentos de longo prazo”, diz o documento.

O texto pede ainda a eliminação de encargos como a Conta de Consumo de Combustíveis, a Conta de Desenvolvimento Energético, entre outros, que representam cerca de 20% das tarifas de energia. “Defendemos o tratamento das concessões do setor elétrico com base na modicidade tarifária e que contemple os consumidores livres de energia. A indústria precisa ter acesso à energia barata dos grandes leilões de hidrelétricas. Também precisa de gás natural, competitivo e em quantidade, para disputar mercado em um cenário no qual o energético desponta como alavanca do desenvolvimento industrial”, frisa a carta.

De acordo com Pedrosa, vários encontros já estão marcados com autoridades de governo, dos ministérios do Desenvolvimento, da Fazenda e de Minas e Energia para colocar a questão da energia na pauta do governo. “A gente percebe que o governo tem a questão da competitividade da energia na agenda e que os interlocutores tem sido receptivos a isso”, contou o executivo.

Informação de: Abrace

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