Desafio para a rede elétrica no Brasil

Uma grande preocupação referente à infraestrutura do Brasil é em relação à malha elétrica. Recentes episódios de apagões levaram o governo a investir em novas usinas, mas há um desafio de adequar a própria rede no País, ainda com desempenho pouco satisfatório. Para empresas, é um fator fundamental: grandes servidores consomem muita energia, mas há necessidade de uma rede estável e confiável em qualquer setor. A pouco mais de dois anos do início da Copa do Mundo, seguido pelas Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016, é possível chegar ao consenso de ser preciso melhorar muito ainda.

O conceito de Smart Grid, ou seja, rede inteligente, é uma alternativa para otimizar o fornecimento elétrico por meio do sistema integrado à infraestrutura de rede automatizada com sensores inteligentes para gerar comunicação em duas vias. No entanto, há ainda preocupação em relação a segurança e interoperabilidade para esse serviço, segundo Frank Hyldmar, vice-presidente executivo da Elster Integrated Solutions (EIS) para a divisão de eletricidade e vice-presidente também do Esmig (Grupo de Medições Inteligentes para a Indústria da Europa, na sigla em inglês).

“Smart Grids devem ser flexíveis e interoperáveis. A medição inteligente precisa poder acomodar qualquer mudança na tecnologia de comunicação preferida”, afirma Hyldmar, dando como exemplo a rede GPRS de satélites. “Uma solução modular permite atualizações, incluindo essas modificações sem a necessidade de tirar o medidor ou substituí-lo”, completa.

Tudo isso ainda envolve desafios em relação ao aspecto da segurança e privacidade dos dados. Para ele, a questão dos direitos dos usuários é um “assunto holístico”, demandando “processos e procedimentos formais para garantir acesso a certas informações somente por meio de autorização das partes”. De acordo com o VP da EIS, a Holanda passou por um atraso na implementação do Smart Grid justamente por conta desse aspecto, enquanto na Inglaterra já há um avanço na área.

A segurança, segundo Hyldmar, é reconhecida como um elemento crítico no processo. “A boa notícia é que regulamentações e padrões já existentes podem ser empregados para garantir que seja entregue de maneira rápida e com robustez”, explica. Já a privacidade seria um problema além da tecnologia. “Há uma grande necessidade pela interoperabilidade e os padrões abertos para que os utilities possam integrar diferentes fornecedores, vendedores e tecnologias nas redes”, diz.

Levando tudo isso em consideração, o executivo acredita que a indústria está pronta para as redes inteligentes, assegurando a proteção com desenvolvimento próprio. “Esperamos um trabalho vindouro com o foco em definir as regulamentações e padrões necessários para o florescimento dessas tecnologias e para encarar os desafios a serem enfrentados”, diz.

“O Brasil é uma nação em desenvolvimento com o que se chama de ‘taxas de crescimento de primeiro mundo, mas precisa de construção de usinas de força e isso vai certamente impactar o ambiente”, explica, mencionando os planos atuais e os desafios com consequências ecológicas. Ainda assim, ele acredita na implantação de Smart Grids no País para liderar um movimento no mercado da América do Sul. “Todo mundo está esperando o Brasil, como o ‘grande gigante’, agir primeiro e isso engatilhar uma gama de interessante oportunidades por todo o resto da região”, conclui.

Informação de: Smartgrid News

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