Brasil e Argentina firmam parceria para construção de usina hidrelétrica binacional

O governo brasileiro decidiu criar outra estatal, em parceria com o governo argentino, para executar projetos do setor elétrico comandados pelos dois países. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que a ideia é seguir os mesmos moldes da empresa binacional que administra a hidrelétrica de Itaipu, concebida em acordo internacional firmado com o Paraguai. O assunto foi tratado com o ministro do Planejamento da Argentina, Julio De Vido.

A diferença em relação ao modelo adotado em Itaipu, segundo Lobão, é que o controle brasileiro não será exercido diretamente pelo governo. “No nosso caso, será pela Eletrobras “, disse. A nova companhia será responsável pela administração das hidrelétricas Garabi e Panambi, que serão construídas por meio da parceria formada pelos dois governos. Cada usina terá potência superior a 1 mil megawatts (MW). De acordo com a proposta, a energia gerada pelas hidrelétricas será dividida igualmente entre os dois países.

Após o encontro, na sede do Ministério de Minas e Energia, as autoridades dos dois países vizinhos afirmaram que será aberto, no dia 7 ou 8 do próximo mês, uma concorrência para escolha do projeto-executivo das usinas. “É uma licitação internacional e será feita em Buenos Aires”, disse Lobão. O ministro argentino ressaltou que os projetos binacionais têm produzido um “efeito muito forte na região”. Para Lobão, o empreendimento representa um “novo símbolo de integração na América do Sul”.

Embora os ministros estivessem entusiasmados com os novos projetos, o encontro não serviu apenas para tratar de temas consensuais da política energética dos dois governos. O representante argentino afirmou que se reunirá com Graça Foster, recém-empossada como presidente da Petrobras, para discutir sobre os investimentos da companhia brasileira em seu país.

O governo argentino tem pressionado as empresas estrangeiras, que atuam no ramo de petróleo e gás, a ampliarem os investimentos e aperfeiçoarem o atendimento da demanda interna por derivados do petróleo. A Petrobras também integra a lista de empresas que têm sofrido com as exigências para intensificar a produção estendendo a margem de investimentos no país. “Não há uma urgência, simplesmente há necessidade de conversarmos”, amenizou De Vido, ao se referir ao encontro.

Informação de: Valor Econômico

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